Há expectativa em todo o país sobre o impacto nas eleições municipais da Operação Lava Jato. A aposta generalizada é de um resultado desastroso para o PT, especialmente em São Paulo, onde as pesquisas indicam o fim do badalado “cinturão vermelho” petista no ABC e em outras cidades no entorno da capital paulista.
País afora, o fato da perspectiva ruim para os petistas não significa, no entanto, sucesso para seus principais adversários, os tucanos. Por várias razões, e os escândalos em série, o desgaste político é generalizado.
Um caso exemplar é Curitiba, a capital da Operação Lava Jato. Ali, petistas e tucanos estão com bola murcha. O degastado governador Beto Richa até ensaiou lançar um candidato do PSDB na disputa pela Prefeitura. Não decolou.
Richa, então, puxou o freio de mão e resolveu indicar o vice na chapa do ex-ministro Rafael Greca, um quadro do velho PFL, hoje no nanico PMN. Greca é um dos líderes nas pesquisas. Seu principal adversário é o atual prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, do PDT. Desta vez, Fruet não fez aliança com o PT. Aliás, ninguém fez.
A Lavo Jato causou um estrago ainda maior no PT do Paraná. Suas principais lideranças estão na mira da Justiça. O ex-ministro Paulo Bernardo, cacique-mor do partido, passou uma curta temporada na cadeia, mas o Ministério Público quer prendê-lo de novo. A senadora Gleisi Hoffmann, sua mulher, também é alvo de investigação da Lava Jato. Ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas, está preso no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Nesse contexto, o PT virou um parceiro eleitoral incômodo. Vai concorrer com chapa própria, sem aliança nem na disputa para vereador. Os analistas políticos do Paraná dizem que o partido vai entrar no páreo apenas para cumprir tabela. É o preço.