Moreira Franco está no Japão, onde participa da comitiva do presidente Michel Temer para melhorar as relações bilaterais e atrair investimentos. Em sua agenda, reuniões com empresários e entidades que representam o setor produtivo japonês.
Moreira Franco adoraria se dedicar exclusivamente a isso. Não conseguiu. Foi atropelado pela notícia de que o executivo Cláudio Melo Filho, vice-presidente Institucional da Odebrecht, o teria denunciado em delação premiada.
A informação atribuída a Cláudio Melo é de que ele acertou pessoalmente com Moreira o pagamento de propina no valor de R$ 3 milhões pela desistência da construção de mais um grande aeroporto em São Paulo. Na época dessa suposta barganha, Moreira era ministro da Aviação Civil do governo Dilma Rousseff.
Apesar do fuso horário, Moreira tem aproveitado as brechas na agenda para transmitir sua versão a líderes políticos no Brasil. Além de repetir que é inocente, nessas conversas ele acrescenta um novo ingrediente. Afirma que, por trás da denúncia, está o ex-deputado Eduardo Cunha.
A narrativa de Moreira é de que Cunha não o perdoa pela cassação de seu mandato. Isso é fato. Em várias entrevistas, Cunha já expôs sua mágoa com Moreira. É consenso em Brasília que, se puder, Eduardo Cunha vai tentar complicar a vida de Moreira.
Pois bem. O que Moreira não explica a seus interlocutores é como Eduardo Cunha influenciou Cláudio Melo em sua delação premiada. A não ser que a informação atribuída a ele não conste da sua confissão aos investigadores. Difícil de acreditar. Até porque esse expediente de tentar se defender culpando Cunha não costuma dar certo. Dima Rousseff que o diga.