O jogo era para ser o seguinte: Eduardo Cunha renuncia à Presidência da Câmara, nova eleição seria convocada a toque de caixa, e o Centrão que sabia o script com antecedência emplacaria seu candidato – o preferido é o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que também tem bom trânsito no Palácio do Planalto.
Lançaram a ideia da votação já na segunda-feira. Sabiam que não era possível, mas pensavam que terça-feira seria um bom dia. Mas, ao pedirem segunda, conseguiriam de cara inviabilizar a votação na Comissão de Comissão e Justiça do relatório do deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF), favorável a anulação da decisão do Conselho de Ética de propor a cassação do mandato de Eduardo Cunha. Era jogo ganho.
Mas as forças políticas surpreendidas pela decisão de Cunha reagiram. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), um dos postulantes, entrou no circuito e cobrou do presidente interino, Valdir Maranhão, o adiamento da votação. Por telefone, ele insistiu. “Valdir, não pode ser segunda”. Do outro lado da linha, Maranhão respondia: “Passa aqui para a gente conversar”.
Teve gente, como o Primeiro-Secretário da Câmara, Beto Mansur, que propôs a salomônica quarta-feira. Maranhão que mal se equilibra entre as forças políticas bateu o martelo, quinta-feira. Se não mudar de ideia… Pode ser que mude. Os líderes partidários do Centrão insistem que a eleição seja na terça-feira.