Lula começou dizendo que não faria um espetáculo pirotécnico, em uma alfinetada a apresentação pelos procuradores da República da denúncia que o acusa de ser o “comandante máximo” do esquema de corrupção da Petrobras. Lula disse, também que não faria um pronunciamento, daria apenas uma declaração. Falou por mais de uma hora.
Como sempre, Lula tentou no gogó reverter uma situação adversa. Usou todo seu repertório: da infância pobre ao apogeu como um líder de dimensão mundial, alternando choro, algum humor, e uma mal disfarçada arrogância.
Nesse vai e vem, que tanto agrada a seus fãs, Lula tirou o paletó, exibiu a camisa vermelha, beijou o escudo do PT e conclamou a militância a sair de vermelho. A seu lado, Rui Falcão, cochichou algo. Lula, então, fez um pequena emenda, dizendo que quem gostasse da cor. Não se sabe o que Rui Falcão soprou. Pode ter lembrado que, na propaganda eleitoral petista nessas eleições, o vermelho foi praticamente abandonado.
Enfim, um discurso político para evitar abatimento entre seus aliados e mobilizar sua militância para que o defendam das denúncias da força-tarefa da Operação Lava Jato.