Com crises quase todos os dias de manhã, de tarde e de noite, o governo Michel Temer faz um esforço para ter um mínimo de organização para governar. Vem aí anúncios, propostas e medidas para sair da paralisia que marcou o final do governo Dilma Rousseff. Mas, toda semana, de um jeito ou de outro, a Lava Jato derruba um ministro. Até agora, só a delação premiada de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, derrubou três ministros
Em seu ritmo acelerado, a Lava Jato atinge até petistas que ainda continuam no governo. É o caso, por exemplo, do ex-deputado Jorge Bittar, presidente da Telebras. Ele mesmo já disse que pretende ir embora. Na roda viva do governo interino não se encontrou um tempinho para demiti-lo. Bittar é citado por Sérgio Machado como um dos petistas que pediu, e levou, grana de propina para campanhas eleitorais petistas.
Nesse embalo provocado pela Operação Lava Jato de demissão de ministros do PMDB quem sabe a turma de Michel Temer demita também petistas acusados que continuam em seus cargos, como se Dilma Rousseff continuasse no poder. No caso de Bittar, a dúvida é se o ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, continua em seu jogo de equilíbrio entre o PSDB, PMDB e PT. Quer ter todas as cartas na mão.