A capa da revista Veja, “empreiteira delata ministro do Supremo”, sobre uma citação a Dias Toffoli em um anexo da delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, causou o maior rebuliço no mundo jurídico.
Segundo a Veja, em um encontro em Brasília, Dias Toffoli comentou que estava tendo problema com uma infiltração em sua casa. Léo Pinheiro enviou engenheiros lá que diagnosticaram o problema e sugeriram uma empresa especializada para consertá-los. Toffoli acatou a sugestão, contratou a empresa e pagou a conta com seu próprio dinheiro.
Para a revista, o fato de essa história constar de um anexo de delação premiada sugere que o caso pode ser mais grave do que parece à primeira vista.
O Consultor Jurídico, site dirigido pelo jornalista Márcio Chaer especializado na cobertura da Justiça, avaliou diferente. Afirma que o título “empreiteira delata ministro ficou na promessa”.
O Conjur foi a campo ouvir ministros de tribunais superiores e advogados. Gilmar Mendes não gostou da matéria. Disse que “ela serve apenas para constranger o ministro”.
Entre outras declarações, o ex-ministro Nelson Jobim talvez tenha sido o mais contundente. Disse que a reportagem era “ridícula e irresponsável”.
O Conjur criou um grupo no whatsapp em que advogados, como Alberto Toron, Eduardo Ferrão, Marcelo Leonardo, Fábio Medina Osório Roberto Teixeira, e juízes federais de primeira instância e do Superior Tribunal de Justiça manifestam solidariedade a Dias Toffoli. Ali também são fortes as críticas à Operação Lava Jato. É o embrião de um movimento batizado de Justiça contra os Justiceiros.
Por lá também foi feita uma convocação para um ato de desagravo que o Sindicato dos Advogados de São Paulo fará na quarta-feira (24) em defesa de seus filiados que, segundo eles, estão tendo prerrogativas profissionais e de seus clientes desrespeitadas. É mais uma frente de luta contra a Lava Jato, a cobertura da imprensa sobre o avanço dessa operação, e a nova postura do Judiciário que passou a punir com muito mais rigor a turma de colarinho branco acusada de corrupção. Essa briga vai longe.