No sábado, dava-se no governo como certa a demissão do Advogado-Geral da União, Fábio Osório, acusado de dar carteirada na Força Aérea Brasileira e ter se omitido na batalha judicial pela presidência da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Na berlinda, Fábio mostrou uma surpreendente capacidade de reação. A FAB negou a carteirada. E, ao longo do fim de semana, ele recebeu apoios públicos de peso: Associação dos Juízes Federais do Brasil, Associação dos Delegados da Polícia Federal, Ordem dos Advogados do Brasil e Associação Nacional dos Advogados da União.
Em comum nessas manifestações, a suspeita de que o fogo amigo contra Fábio Osório não se deve a suas eventuais trapalhadas, mas, sim, a procedimentos contrários aos interesses das empresas investigadas na Operação Lava Jato. Atribuem sua eventual queda a ações de cobranças bilionárias das empresas que participaram do assalto à Petrobras.
Fábio Osório tem reunião marcada hoje, no Palácio do Planalto, com o chefe da Casa Civil, ministro Eliseu Padilha, seu padrinho político. Ali, ele vai ter de esclarecer a nota divulgada por sua assessoria de que não é seu papel institucional entrar em bolas divididas entre a gestão da presidente afastada Dilma Roussef e a do presidente em exercício Michel Temer. Dizem que, no mínimo, ele terá de fazer uma opção clara, para evitar, inclusive, que derrotas do governo na Justiça sejam atribuídas a desleixo.