Jader diz que Renan perdeu pênalti na disputa contra a Lava Jato

Manifestação em Brasília

OCada um pode apostar em enfrentar pinguela para atravessar águas revoltas sem cair. Assume o risco. Renan Calheiros enxergou ripas, de boas madeiras, no pedido de vista do ministro do STF Dias Tofolly na decisão da maioria do STF de excluir réus da linha sucessória da Presidência da República.

Era madeira podre. Eduardo Cunha acreditou no mesmo percurso e o tombo foi feio.

Em seu desespero, Renan tenta mostrar umas força que não dispõe. As manobras na surdina para salvar a própria pele, na obcecada auto anistia, sempre tropeçam.

Cada fracasso as tornam mais difíceis.

Renan agora pôs a corda no próprio pescoço. Eduardo Cunha dançou no STF, abrindo caminho para sua prisão em Curitiba, porque tentava atrapalhar sua investigação.

Qual a diferença do jogo de Renan? Na avaliação de entidades da sociedade civil, corporações do mundo jurídico, redes sociais, manifestantes nas ruas, nenhuma.

Sua última aposta, aprovar a toque de caixa o monstrengo criado na Câmara contra a Operação Lavo Jato, deu errado. Perdeu de lavada.

Chora pelos cantos pela traição de Aécio Neves e outros. Não consegue explicar porque pagou o mico. Para quem costuma dar show na condução de votos no plenário do Senado falta uma explicação aceitável.

Jader e Renan
Jader e Renan

O senador Jader Barbalho diz que Renan acreditou até o fim de que seria cumprido o que foi acertado antes. Não esperava ser abandonado. A derrota por 44 votos contra 14 foi uma surpresa.

Na defesa do parceiro Renan, o senador Jader Barbalho faz uma comparação igualmente surpreendente:

— Às vezes, o craque erra. Zico perdeu o pênalti e fomos eliminados da Copa do Mundo de 1986. Acontece.

As manifestações país afora em defesa da Lava nesse domingo tiveram um novo destaque: “Fora, Renan”.

Em nota sobre os protestos,Renan baixou o tom. Disse que as manifestações são legítimas e o Senado continua permeável e sensível às demandas sociais.

Se isso significa um recuo na disposição de enquadrar juízes e procuradores, a pauta do Senado vai mostrar. Está marcada para a terça-feira (6) a votação da tal lei contra abuso de autoridade, definida pelo juiz Sérgio Moro como uma ameaça a Lava Jato e as outras investigações sobre corrupção. A conferir.

Deixe seu comentário