Apesar da seca ter chegado mais cedo a Brasília, na política a previsão do tempo é de chuvas e trovoadas. Se for confirmada, pode embaçar o show que o governo Michel Temer promete dar nessa semana no Congresso Nacional. Pelo script, em três dias, a nova meta fiscal, com déficit astronômico, e a ampliação da Desvinculação das Receitas da União (DRU) serão aprovadas. A pedido do presidente Michel Temer, o maestro dessa performance é o senador Renan Calheiros, presidente do Congresso Nacional.
No mínimo, Renan foi alvo de um ataque especulativo no fim de semana. Pelo que variadas fontes deram a entender, algumas afirmaram, Renan está na mira de tiro, a curto prazo, da Operação Lava Jato. O site O Antagonista escreveu que o gatilho está sendo disparado pelo ex-senador Gim Argello, que teria gravado Renan. A conferir. Minhas fontes me contam uma história diferente: Mais que Gim, o parceiro que está jogando Renan Calheiros na fogueira é o ex-senador Sérgio Machado, presidente da Transpetro — o braço da Petrobras que cuida do bilionário negócio do transporte de petróleo mundo afora — durante 12 anos no reinado petista.
Há duas versões sobre como Sérgio Machado estaria complicando a vida de Renan Calheiros. Em ambas, fala-se em gravações. O que assustou Brasília no fim de semana foi a informação de que, em uma gravação, à sua revelia, Machado teria revelado detalhes de sua parceria com Renan. Uma fonte da Operação Lava Jato, que participa da investigação sobre Renan, diz que, para se livrar de uma condenação pelos escândalos na Transpetro, Sérgio Machado teria negociado uma delação premiada. Aí, sim, haveria o compromisso de entregar provas, inclusive gravações. Também a conferir.