Nas eleições gerais, prefeitos e vereadores, especialmente nas pequenas e médias cidades, são grandes mobilizadores de eleitores pelo evidente interesse em eleger deputados, senadores e governadores, que vão assegurar os recursos para os seus municípios.
Assim, no estados em que haverá disputa em segundo turno pelo governo dos estados, de alguma maneira essa mobilização será mantida. Em outros, onde o voto será apenas para presidente da República, é natural que o empenho seja menor.
O tsunami conservador que varreu o país domingo passado espantou possíveis aliados de Fernando Haddad no segundo turno nos principais colégios eleitorais. Onde o lulismo é forte — e é grande o número de eleitores os petistas liquidaram a fatura no primeiro turno — Bahia, Ceará, Piauí — ou seus aliados venceram, casos de Pernambuco e Maranhão.
Em todo o país, Haddad ficou isolado nesse segundo turno. No Sul, por exemplo, as duplas que passaram para o confronto final no Rio Grande do Sul e Santa Catarina já declararam apoio a Bolsonaro. Em Minas Gerais, Romeu Zema, do Novo, já manifestou apoio a Bolsonaro ainda no primeiro turno. A campanha do senador Antonio Anastasia, seu adversário, também foi pautada pelo enfrentamento com o PT.
O esforço do PT é para conseguir um lugarzinho nos palanques do governador Márcio França, em São Paulo, e do ex-prefeito Eduardo Paes no Rio de Janeiro. Conseguiu apenas que eles não aderissem a Bolsonaro. Nesta terça-feira (9), no Rio, Eduardo Paes elogiou os dois presidenciáveis e anunciou que ficará neutro. Seu adversário, o juiz Wilson Witzel, é alinhado a Bolsonaro.
Como era esperado, a Executiva Nacional do PSB aprovou nessa terça-feira o apoio a Haddad, mas liberou o governador Márcio França, que era de fato o maior interesse dos petistas. Como Paes, França quer os votos dos petistas, mas não vai ficar contra Bolsonaro. Ele também se declarou neutro. Seu oponente João Dória nem esperou as urnas fecharem no domingo para anunciar seu apoio a Bolsonaro.