Haddad ainda sonha. Lula e Ciro já disputam oposição a Bolsonaro

Da cela da Polícia Federal em Curitiba, Lula mandou o recado de que uma vitória apertada de Jair Bolsonaro mantém a hegemonia do PT nas esquerdas. As últimas pesquisas do Ibope e do Datafolha, que melhoraram o astral no comando da campanha de Fernando Haddad, depois da ducha fria da recusa de Ciro Gomes em apoiá-lo, deu uma revigorada no ânimo petista.

Além das pesquisas, a edição do Jornal Nacional na véspera da eleição foi bem recebida pela turma de Haddad, que a considerou favorável ao candidato, e irritou seguidores de Bolsonaro que a avaliaram como desfavorável. Isso serve apenas para aumentar a tensão e as mais variadas teorias da conspiração.

O fato é que, mesmo na cúpula petista, a vitória de Bolsonaro é tida como praticamente certa. Para revertê-la, Haddad teria que conquistar milhões de votos de eleitores adversários que não têm mostrado nenhuma disposição de mudar de lado. Além disso, de acordo com o Datafolha, nada menos que 52% do eleitorado diz que não vota no petista de jeito nenhum.

Os especialistas em pesquisas eleitorais são unânimes na avaliação de que, nas circunstâncias dadas, e averiguadas por um grande número de pesquisas, uma virada seria uma zebra sem precedente. E nenhum sintoma consistente de que isso possa ocorrer.

Como todo candidato que melhora seu desempenho na reta final da eleição, Haddad e sua tropa continuam a sonhar com uma virada. É assim que esperam mobilizar a militância petista, que tanta diferença fez em campanhas de outrora. Um resultado apertado já será uma vitória.

Ciro Gomes também aposta na vitória de Bolsonaro. Não quis se alinhar a provável derrota de Haddad para não continuar sendo um puxadinho do PT. Ele sabe que, com Lula preso, e inelegível nas próximas eleições presidenciais, os petistas devem ficar acéfalo de candidato. Fernando Haddad até pode terminar mais ou menos bem a campanha em que começou muito mal. Seu problema futuro é não dar liga com a burocracia petista, que o enxerga como mais tucano do que PT de raiz.

Com esse cenário, Ciro Gomes quer partir logo para a disputa da liderança da oposição a Bolsonaro. Lula, seu principal oponente, está fora de combate. Sai dessa eleição da mesma maneira que em 2016 quando foi escondido pela campanha do PT em São Paulo para não prejudicar Haddad. Ciro não teme outros adversários no campo da centro-esquerda.

Avalia que a fábrica de postes faliu.

A conferir.

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