Parte o bonde da anistia ao caixa 2. Parece que não vingou a tentativa de explicitá-la no relatório do deputado Onyx Lorenzoni na comissão que analisa o pacote de medidas contra a corrupção proposto pelo Ministério Público, com o apoio de mais de 2 milhões de assinaturas.
De acordo com quem acompanha os trabalhos de perto, Onyx não vai bancar a anistia. A tarefa ficará para o plenário da Câmara, por meio de uma emenda ao relatório da comissão. A intenção é vota-la na Câmara no máximo em um mês, como deixou claro nessa segunda-feira (7) o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. E referendá-la no Senado em tempo recorde.
Deputados que antes estavam temerosos em se expor na votação dão mostras de que esse receio já era. A mudança se deve a dois motivos. Um deles é a convicção de que a mega delação da Odebrecht pode atingir entre 100 e 200 deputados, com a particularidade do alcance suprapartidário.
Esse é um receio tangível, basta dar uma circulada nas rodas de parlamentares para senti-lo.
O outro é mais sutil, mas não menos eficaz. Os principais financiadores de campanha, os que bancaram gastos eleitorais e outras benesses com dinheiro de caixa 2, pressionam para uma alternativa que também os livrem da Justiça.
No velho ditado popular, é a soma da fome com a vontade de comer.