Senadores do PMDB na mira da Lava Jato fazem de conta que não estão preocupados com a indicação do sucessor de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal. Para efeito externo, dizem que Michel Temer é um jurista experiente que saberá escolher um bom nome para o cargo.
Alguns chegam a dizer que têm evitado conversar sobre o assunto com Michel Temer e com os próprios colegas. Pura balela. Eles enxergam nas definições de quem será o novo ministro e qual relator vai substituir Teori na Lava Jato duas excelentes oportunidades para afastarem a corda de seus próprios pescoços.
Nos bastidores, estimulam a escolha “técnica” de um ministro do Superior Tribunal de Justiça, com o argumento de que Teori também atuou no tribunal. Ali, há vários nomes com boas relações com o PMDB, alguns já chegaram lá com uma mãozinha de caciques do partido.
Também estiveram no páreo na sucessão de Joaquim Barbosa. Renan Calheiros, Eduardo Braga, Romero Jucá, Edison Lobão, e Eunício Oliveira, entre outros, batalharam para emplacar um deles. Os senadores do PMDB perderam a parada e tiveram que engolir Luiz Edson Fachin. Foi uma escolha indigesta, sobretudo para Renan.
Os senadores agem com mais cautela em relação ao Supremo para não ferir suscetibilidades, especialmente a de Cármen Lúcia, uma incógnita para eles. Nos bastidores, torcem e não escondem o apoio a um sorteio entre os integrantes da Segunda Turma do Tribunal.
Se der Gilmar Mendes, Dias Toffoli ou Ricardo Lewandowski, com certeza vão comemorar como uma Mega-Sena. Mas, e se der Fachin, o “intruso” que Cármen Lúcia quer por no caminho deles?