Dilma consegue a proeza de convencer até o PT a tirar o seu tapete

Rui Falcão, presidente do PT. Foto Orlando Brito

Em uma estratégia, como descreveu aqui Helena Chagas, de tentar preservar sua biografia, a presidente afastada Dilma Rousseff transferiu a responsabilidade por eventuais erros e supostos crimes em suas campanhas eleitorais ao PT. Em particular, ao ex-tesoureiro João Vaccari Neto. Como também eu disse por aqui, mexer com Vaccari, o homem-bomba capaz de implodir o partido, é ultrapassar uma derradeira linha em que Lula e a cúpula petista sempre tentou preservar.

Pois bem. O troco chegou. Depois de avanços e recuos, Dilma resolveu escrever uma carta aos senadores com a defesa de um plebiscito para decidir sobre a realização ou não de novas eleições presidenciais. Mais um factóide. Esperava-se que o PT lhe desse algum respaldo nem que fosse apenas para alimentar a luta política.

O PT se reuniu nessa quinta-feira (4) e resolveu dar um troco em Dilma. Rui Falcão, presidente do partido, anunciou a posição do partido contra o tal plebiscito, porque, se tudo fosse bem sucedido, as eleições ocorreriam em 2018, exatamente como prevê o calendário eleitoral. Falcão classificou a proposta endossada por Dilma como “artifício para tentar enganar quem não vai ser enganado”, referiu-se aos senadores.

Se insistir na estratégia de se mostrar como vítima de tudo e de todos, inclusive do seu próprio partido, Dilma vai acabar sozinha. Se é que já não está. Em condições diferentes, com papéis distintos, pode ter um fim tão patético quanto o do ex-presidente Fernando Collor.

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