O laboratório EMS se orgulha de ser o líder do setor em vendas e faturamento. Também em ter sido o pioneiro na produção de remédios genéricos no país. Claro que não tem a mesma satisfação em ter sido a primeira indústria farmacêutica envolvida na Operação Lava Jato.
Quando essa denúncia veio à tona, empanou seu brilho. Até por ter sido uma parceria, em um grande contrato com o Ministério da Saúde, com o laboratório Labogem, apontado nas investigações como uma empresa de fachada ligada ao doleiro Alberto Youssef.
Para piorar a situação, o ex-senador Delcídio do Amaral, em sua delação premiada, contou que Edinho Silva – ex-tesoureiro da campanha à reeleição de Dilma Rousseff, e ministro em seu governo – foi orientado a ajudá-lo a quitar um débito eleitoral. Pediu que ele emitisse notas fiscais, no valor de R$1 milhão, em nome do laboratório EMS, para pagar despesas com as empresas de comunicação FSB e Black Ninja.
Em sua defesa na Justiça, a EMS se disse vítima de extorsão de Delcídio. Alegou que, através de um assessor, ele usou sua suposta proximidade com a então presidente Dilma Rousseff para pressionar pelo pagamento de suas despesas eleitorais.
Delcídio achou ridículo esse contra-ataque. Afirmou a Os Divergentes que nem ele e nem seu assessor têm a menor ideia de quem sejam os donos do laboratório. “Quem tinha parceria com eles eram Edinho Silva e o Aloizio Mercadante. O Mercadante chegou a me sugerir para falar com o presidente da empresa. Respondi que não tinha o menor sentido, a relação era deles”.