O ex-senador Delcídio do Amaral continua colaborando intensamente com a força-tarefa da Operação Lava Jato. Afinal, em sucessivas funções, acompanhou tudo muito de perto. Foi diretor da Petrobras no governo FHC, senador pelo PT quando o partido chegou ao poder, presidente da CPI que apurou o Mensalão, líder do Governo Dilma e interlocutor de Lula nas articulações para conter estragos nas investigações comandadas pelo juiz Sérgio Moro.
Por isso, volta e meia Delcídio vai a Curitiba prestar novos depoimentos. Tem lançado petardos poderosos, especialmente contra Lula e Dilma. Como todo mundo, ele aposta que as delações premiadas mais demolidoras para o mundo político serão as de Marcelo Odebrecht e seus executivos e a de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS.
Também espera que as delações dos empreiteiros confirmarão as vantagens que Lula e Dilma tiveram decorrentes do pagamento de propinas por contratos com a Petrobras e outras empresas estatais. Vão desde as benesses para Lula até o financiamento ilegal das campanhas de Dilma.
Em conversa com Os Divergentes, Delcídio revela sua aposta em outra delação premiada igualmente demolidora, que pode amarrar de vez a ponta de quanto Lula e Dilma sabiam do dia a dia da corrupção na Petrobras.
Delcídio diz que essa pedra será cantada pelo ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Conta que a delação de Duque andou meio empacada, mas tem avançado bem depois que ele trocou de advogado.
— Duque era o único petista puro sangue no esquema montado na diretoria da Petrobras. Ele operava com João Vaccari e só prestava contas a Lula e a José Dirceu. Tem muito a revelar sobre suas conversas com Lula e também com Dilma.
Na avaliação de Delcídio, alguns dos outros diretores da Petrobras envolvidos no escândalo também tiveram acesso a Lula, mas eram tratados de maneira diferente: “Eles eram vistos como anfíbios, serviam a vários senhores, prestavam contas a outros partidos”. A conferir.