Nada menos que 30 dos 90 tribunais federais e estaduais de todo país ignoraram o prazo dado pela presidente do Conselho Nacional de Justiça, ministra Cármen Lúcia, para que abrissem suas caixas-pretas salariais.
De acordo com os dados divulgados pelo site do CNJ, a fila dos que ignoraram a cobrança de Cármen Lúcia é puxada pelo Superior Tribunal de Justiça, a mais alta Corte entre as que deveriam informar os salários de seus juízes.
Também não enviaram as planilhas, com os valores relativos a subsídios e “eventuais verbas especiais de qualquer natureza”, o Superior Tribunal Militar, o Conselho da Justiça Federal, os Tribunais Regionais Federais da 1.a e 4.a regiões e cinco tribunais estaduais de Justiça, entre outros.
Desde agosto, Cármen Lúcia vem cobrando as informações. Os tribunais não enviam os dados ou os remetem de maneira tal que não é possível decifrar se há vencimentos legais acima do teto constitucional – R$ 33, 7 mil, salário bruto de ministros do Supremo Tribunal Federal.
Na segunda-feira (4), em reunião com presidentes dos tribunais de Justiça, Cármen ameaçou abrir “correições especiais” para quebrar os sigilos das folhas salariais de juízes e obter o mapa dos supersalários.
A dúvida é se Cármen Lúcia se disponha a executar a ameaça, dirigida a tribunais estaduais, às mais altas cortes de justiça do país.
A conferir.