Os bastidores da comunicação oficial do governo federal ferveram no fim de semana com a escalação do jornalista Luis Nassif para entrevistar, no Palácio do Alvorada, a presidente afastada Dilma Roussef, a ser exibida na TV da Empresa Brasil de Comunicação. Algumas fatores de controvérsias: 1) – A ordem partiu do jornalista Ricardo Melo, exonerado pelo presidente Michel Temer da presidência da EBC, que voltou ao cargo por uma liminar judicial, e abriu logo espaço para quem o nomeou; 2) — O contrato de Luis Nassif com a EBC foi suspenso por decisão da nova diretoria da empresa e Ricardo Melo, por ato monocrático, não tem poder para revogar a medida; 3)- Por exigência de Melo, o jurídico da EBC arranjou uma forma de pagar as passagens e a hospedagem de Nassif em Brasília.
A entrevista iria ao ar na TV Brasil às 22 horas da segunda-feira. Não foi. Quem teve acesso a ela diz que, durante uma hora, Dilma repetiu argumentos contra o “golpe”, atacou as medidas adotadas pelo governo Michel Temer, criticou as mudanças na própria EBC etc. Para surpresa de Ricardo Melo, quem barrou a ida da entrevista ao ar foram a presidente do Conselho Curador e o representante dos empregados da empresa, supostamente seus aliados.
Prevaleceu o entendimento de que o contrato com Luis Nassif continua suspenso e o jeitinho para contornar a decisão da diretoria não tem respaldo legal.