Em tempos de recessão econômica e Operação Lava Jato, a popularidade dos políticos alcança recordes negativos. Aparições diante de multidões devem ser evitadas. O presidente interino Michel Temer escapou de uma nova vaia no Maracanã ao não comparecer à cerimônia de encerramento dos jogos olímpicos no Rio de Janeiro. Sobrou para o prefeito Eduardo Paes, um governante relativamente bem avaliado.
País afora, governadores têm feito muita ginástica para não serem apupados. Quem se arrisca corre o risco de se arrepender. Foi o caso do governador da Bahia, Rui Costa (PT), que, na segunda-feira (22), foi inaugurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Vitória da Conquista.
Professores e servidores de uma universidade estadual vaiaram o governador, que não conseguiu falar. Irritado, disse que iria embora e foi, sob um coro de “covarde, covarde, covarde”.
Alguns governadores mais cautelosos estão evitando falar em público. Até em eventos onde em outros tempos não mediriam esforços para se exibirem. Esse é o caso do governador, Ivo Sartori (PMDB), do Rio Grande do Sul.
Nesse sábado (27), será aberta a Expointer 2016, no município gaúcho de Esteio. É um agroevento com venda de máquinas e animais, em que se estima centenas de milhares de visitantes, e se espera negócios em torno de R$ 2 bilhões. Em circunstâncias favoráveis, qual o governador não gostaria de falar para tanta gente?
Pois bem. Ivo Sartori informou ao governo federal que, dessa vez, não haverá discursos na abertura da Expointer. Mal avaliado pela grande maioria dos gaúchos, Sartori quer escapar da vaia.