O palanque de Lula no Ceará deve reunir o governador petista Camilo Santana e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB). Também deve participar dessa chapa o ex-governador Cid Gomes, cabo eleitoral do irmão Ciro Gomes, presidenciável do PDT.
Política é assim mesmo: adversários de ontem tornam-se aliados de hoje e novamente rivais amanhã. O que mais chama atenção nessa composição cearense é a mãozinha que Michel Temer está dando para consolidá-la.
Até recentemente marcado sob pressão em Brasília pelos senadores Eunício e Tasso Jereissati, Camilo Santana e os prefeitos de sua base política enfrentavam dificuldades no acesso às cobiçadas verbas federais.
A aliança com Eunício abriu os cofres. Como presidente do Senado, parceiro de Temer na queda de braço com Renan Calheiros, Eunício é agraciado com polpudas verbas. Parte delas cimentam sua nova aliança com os petistas cearenses, dando um gas para o governador e seus prefeitos.
A exemplo de Renan, Jader Barbalho, José Sarney, entre outros, Eunício já aderiu à campanha de Lula. Costuma atribuir sua opção ao fato do tucano Jereissati não ter topado se candidatar ao governo do Ceará.
Não deixa de ser um argumento nas suas conversas palacianas. Mas, ao trocar de lado e se incluir no palanque mais poderoso do Ceará, amplia as chances de ser bem sucedido na sua principal meta nas eleições. Quer se reeleger para manter-se bem longe da jurisdição de Sérgio Moro.
Simples assim.