Chega de saudade, a realidade é que a impunidade acabou.

Marcha contra a corrupção, 2013. Foto Orlando Brito

Quem me acompanha aqui, nas redes sociais e alhures pode até me achar repetitivo.Tenho dito, repetido, insistido que o país mudou por causa de uma revolução em dois tempos. Começou com a Constituição Cidadã, o mais durável fruto de lutas históricas, como a resistência à ditadura e a campanha das Diretas, Já.

Em outro momento histórico, as ruas acordaram em junho de 2013. Foi ali que acabou a lorota de que o povo brasileiro é apático, gosta de ser trouxa, em um grito que assustou, mas não foi ouvido. Como sempre, entrou por um ouvido e saiu pelo outro. A aposta de sempre em memória curta, o tempo encobre a denúncia, há sempre um escândalo novo que sepulta o anterior…

A surdez deles não reduziu a força do grito. Ele foi um ponto fora da curva na histórica impunidade em nosso país.  Não foi esparso. Gerou todas as grandes, e maiores, manifestações de rua de nossa história.

É isso, além da Constituição, que sustenta o comportamento exemplar de funcionários públicos no combate à corrupção. Quem lutou contra as oligarquias que sempre mandaram no Brasil tem, agora, motivo de orgulho do que está ocorrendo neste país. A presidente Dilma Roussef foi afastada do cargo e conta tempo, no bem bom do Palácio Alvorada, para o Senado cassar de vez seu mandato.

Nunca antes…  tem sido o mote de deboche de quem sempre enganou o país. Nunca antes três ex-presidentes da República, ao mesmo tempo, foram investigados por corrupção.  Nunca antes os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados são investigados por corrupção. Nunca antes tantos senadores, governadores, deputados e grandes empresários são investigados por corrupção. Nunca antes o Brasil encarou de frente seu maior problema, a impunidade. Essa é nossa melhor notícia.

 

 

 

 

 

 

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