De tropeço em tropeço, o PT perde seu preço político e se distancia do seu valor de face. A queda é mensurável nas ruas, nas urnas, e em todas as esferas do jogo político e institucional.
Desde que chegou ao poder central, com a primeira eleição de Lula em 2002, o PT passou a dar as cartas a partir de Brasília. Foram 13 anos de hegemonia.
Dilma caiu, as entranhas petistas e de aliados foram expostas por investigações como a Lava Jato, e o partido tomou uma surra nas eleições municipais.
O PT tem 58 deputados federais e dez senadores, números de legenda grande. Números que expressam o passado.
No jogo político, o PT hoje não é nem sombra de quando, com qualquer tamanho, teve relevância política para aliados e adversários.
Na Câmara, por exemplo, mesmo ainda grandão, o PT deixou de ser referência em seu próprio terreiro. Perder o fiel PC do B e o vacilante PDT como parceiros foi um choque, mas não é o que mais incomoda.
O ruim na própria casa é saber que boa parte da bancada, se o antes enjeitado P-Sol for mais flexível, pode trocar de partido, criando um novo polo de esquerda.
Mesmo assim, os petistas se engalfiam sobre uma questão que parece importante para eles: apoiar ou não os “golpistas” em troca de alguns nacos de poder. Nenhum deles com maior relevância. Pelo contrário, cargos de segunda linha, até para bancadas com menor peso.
Parece o fundo do poço. Quem olha de fora diverge. Alguns acham que realmente é o fim da linha. Outros avaliam que o tombo ainda pode ser maior. Ambos têm alguma razão.
Quem dirá o tamanho da queda são as delações da Odebrecht que devem ser homologadas e divulgadas pelo Supremo Tribunal Federal.
Depois delas, qual será o valor do PT?
Pelo tsunami prometido, vão despencar também outros aliados e os principais adversários do PT.
A conferir.