Preso em Curitiba, Eduardo Cunha vai ou não fazer uma delação premiada? Tão logo foi revelado que ele havia sido preso pela Polícia Federal por decisão do juiz Sérgio Moro, a apreensão tomou conta de importantes gabinetes em Brasília.
Em conversas reservadas, Eduardo Cunha vem ameaçando entregar parceiros em relações promíscuas com empreiteiras e outros empresários com negócios com o governo e empresas estatais. De público, ele sempre negou a possibilidade de se tornar um delator.
Em prisão preventiva, sem prazo para sair, Eduardo Cunha pode tentar um acordo com investigadores. A orientação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é de só aceitar um acordo se Eduardo Cunha efetivamente entregar e comprovar o envolvimento de caciques políticos de variados partidos.
Os do PMDB seriam o alvo principal. Daí o temor no Palácio do Planalto. Moreira Franco, por exemplo, como Os Divergentes divulgaram ontem, atribui a Cunha as denúncias de que teria recebido propina da Odebrecht. Ele certamente entraria em uma eventual delação de Eduardo Cunha.
Uma indagação que paira no ar é se Eduardo Cunha apontaria o dedo para o presidente Michel Temer. Em 2015, na Base Aérea de Brasília, ele chegou a ameaçar Temer, em uma tensa conversa testemunhada pelo senador Renan Calheiros. A dúvida é se Cunha tem ou não bala contra Temer. E, tendo, se está disposto a dispará-la. A conferir.