Base política balança pinguela de Temer

Presidente Temer

Uma máxima entre os políticos diz que eles acompanham o funeral de chefes, parceiros ou cúmplices até à beira do túmulo. Não entram juntos. Os principais aliados de Michel Temer seguem à risca o ditado.

Desde que a bomba explodiu, no começo da noite da quarta-feira (18), no site de O Globo, Temer expõe sua solidão. Afora os ministros palacianos ( Eliseu Padilha, Moreira Franco, Antônio Imbassahy), poucos puseram a cara em sua defesa. De uma maneira geral, as estrelas políticas da base governista fugiram da foto.

Há ausências explicáveis como a de Aécio Neves.  A maioria dos caciques ficou na moita. Rodrigo Maia foi quem mais atuou nos bastidores, mas pouco se expôs.

Quem mais apareceu, aqui e ali, e, surpreendentemente, até na reunião da OAB que aprovou o pedido de impeachment, foi o deputado Carlos Marun. É sintomático. Tido pelos colegas como meio folclórico, ele ganhou notoriedade ao se tornar solitário defensor de Eduardo Cunha na sessão em que o ex-todo-poderoso presidente da Câmara foi cassado.

Michel Temer e seu entorno se esforçou para começar a semana com alguma demonstração de apoio. Não conseguiu. PSDB e DEM, por exemplo, bancadas decisivas para a sobrevivência do governo, adiaram uma definição. Vão esperar o rumo que o Supremo Tribunal Federal vai apontar na próxima quarta-feira ao avaliar o inquérito aberto por Edson Fachin contra Temer.

A maior aposta do entorno de Temer era numa demonstração de força política em um jantar nesse domingo (21) no Palácio da Alvorada. A mobilização fracassou. Atendendo a insistentes pedidos, alguns compareceram. Ficou do mesmo tamanho. A base governista ainda não sabe se vai ou fica.

Assiste, com alguma perplexidade, ao racha entre os jornais Globo e Estadão, tradicionais porta vozes do conservadorismo no país. Estão assustados com o ritmo acelerado das investigações sobre corrupção política. Nesse quadro turvo, não querem errar.

Melhor, portanto, aguardar. Sem terem ainda dimensão do que pode sobrar para eles nesse tsunami, adversários de Temer, inclusive Lula, também estão cautelosos.

O apoio político era a melhor sustentação na pinguela que Temer pretendia atravessar para chegar em 2018. O balanço é muito forte, a dúvida é se e quando cai.

A conferir.

 

 

Deixe seu comentário