A banca exclui Lula, aposta em Alckmin e pisca para Bolsonaro

Geraldo Alckmin, governador de São Paulo.

A nata do mercado financeiro cada vez acredita menos na hipótese de Lula voltar ao poder. Pelo menos é o que diz em pesquisas internas. A mais impactante delas é a da XP Investimentos, que ouviu gestores, economistas e consultores responsáveis por mais de 50% da grana aplicada no que sempre se chamou de ciranda financeira.

Na ótica dessa turma, em agosto, Lula já estava no pelotão de trás. Apenas 6% dos consultados acreditavam que ele poderia ser eleito presidente de novo. Na nova pesquisa, divulgada nessa sexta-feira (24), a aposta em Lula encolheu para 2%, margem de erro na maioria das pesquisas.

Lula e eleitor do PT.

Vale um registro antes de seguir nessa prosa. Os exatos 211 representantes do mercado financeiro ouvidos pela pesquisa responderam, não ao que desejavam, e sim no que poriam suas fichas como bem sucedidos apostadores de mercado de risco.

Ouvi opiniões de políticos com sensibilidade eleitoral. Um ministro de Temer me disse que é uma avaliação de um nicho específico. E assim deve ser entendida.

São vários os cenários nessas pesquisas. Eles são bem mutáveis. Em agosto, João Doria liderava as apostas com 42%. Caiu agora para meros 3%. Nesse mesmo período, Alckmin pulou de 35% para 46%, enquanto Luciano Huck do nada chegou a 19%.

O apresentador Luciano Huck, Foto GShow

Curioso nessa turma, especialista em ganhar muito dinheiro, que aposta agora em Alckmin e Huck, é a sensação de perda por descartar Doria. Na avaliação deles, em um governo Doria, a Bolsa de Valores teria melhor desempenho que na gestão de todos os outros presidenciáveis. E o real se valorizaria, de maneira significativa, em relação ao dólar.

Essa sensação de que o Plano A também pode dar certo com o B ou o C ainda abre uma perspectiva para que as portas do fim do mundo sejam mais razoáveis do que o inferno em si.

Só assim se explica que, de agosto para novembro, Bolsonaro tenha saltado de 3% para 17% como candidato viável para essa gente do mercado financeiro.

Como eles mesmo dizem, dinheiro não tem ideologia.

Daí chamar a atenção, mais do que a aposta de que Lula não decola, a previsão de que um novo governo dele seria ruim para os negócios do mercado financeiro.

O próprio Lula, em uma avaliação que tem concordância de aliados e adversários, não se cansa de repetir que os banqueiros jamais ganharam tanto dinheiro quanto em seus dois governos.

Essa turma da grana tem claras preferências. Mas sabe que também pode negociar com Lula.

Como diz o ditado, quem desdenha quer comprar.

A conferir.

 

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