Romero Jucá assovia enquanto chupa cana. Está em todas na gestão Michel Temer. Por causa da Lava Jato, ele teve que deixar o Ministério do Planejamento, deixou no cargo um interino da sua confiança, e continua a despachar como se fosse da equipe econômica.
Assumiu o lugar de Temer como presidente do PMDB e toca o partido em sintonia com o Palácio do Planalto.
Agora, voltou a ser líder do governo no Senado, posto que exerceu nas gestões de Fernando Henrique, Lula e Dilma Rousseff. Ali, será peça fundamental para conduzir a votação das ambiciosas reformas propostas pela equipe de Temer.
Ele troca de cadeira, mas mantém o mesmo espaço. Pelo arranjo combinado com a turma do Planalto, ele cede formalmente a liderança do governo no Congresso ao deputado André Moura (PSC-SE), cujo maior cacife é a boa relação com Eduardo Cunha.
Pelo script, Jucá passa a ser o primeiro vice-líder do governo no Congresso. Na prática, é quem também vai tocar a tramitação do Orçamento e de Medidas Provisórias, por exemplo, que ali tramitam.
André Moura também vai continuar com o mesmo espaço. Era um líder decorativo do governo na Câmara, ignorado por Rodrigo Maia, e seguirá assim em seu novo cargo.
Com todos esses cargos e poderes para dar as cartas, Romero Jucá parece ser a arriscada opção de Temer pela queda em sequência de seus parceiros no PMDB.
Mas o desempenho de Jucá, por mais que toque muitos instrumentos, depende de como vai aparecer no enredo do procurador Rodrigo Janot a partir das bombásticas delações da Odebrecht.
Pelo que os investigadores da Lava Jato dizem, ele não vai aparecer bem.
A decisão de Temer de cacifar Jucá corre sério risco de ter vida curta.
A conferir.