Aliados de Eduardo Cunha planejam usar a controvertida decisão do ministro Ricardo Lewandowski no Senado para tentarem aprovar uma punição mais branda para o ex-presidente da Câmara. A intenção é ressuscitar uma proposta debatida no Conselho de Ética de classificar a decisão de cassar o mandato de Cunha como um projeto de resolução, e não um parecer.
O parecer só pode ser aprovado ou rejeitado. O projeto pode ser modificado. A ideia é substituir a cassação por uma suspensão do mandato em prazo que pretendem negociar. O que interessa a Eduardo Cunha nem é voltar ao exercício do mandato, mas continuar pelo maior tempo possível com o foro privilegiado, longe da jurisdição do juiz Sérgio Moro.
Para isso, a turma de Cunha precisa ter maioria na Câmara. Eles avaliam que estão com um excelente discurso: acatar a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal. Portanto, em nome da legalidade.
Mas, será que Eduardo Cunha ainda tem essa força política? Alguns acham que sim pelo poder de retaliação contra um grande número de deputados. Outros avaliam que isso é puro blefe. “O apoio dele mingou. Dezenas de deputados são candidatos e todos nós estamos interessados nas eleições. Votar contra qualquer artifício para evitar a cassação de Eduardo Cunha é tiro no pé”, afirma o deputado Rubens Bueno, líder do PPS.