Por mais que tentem disfarçar, líderes de peso no Congresso não escondem o desejo de dar um troco nos responsáveis pela Operação Lava Jato. Dizem que projetos, como o da Lei de Abuso de Autoridade, têm alcance além das atuais investigações sobre corrupção. Mas o propósito é mesmo retaliar e tentar conter o avanço das apurações.
O senador Romero Jucá, líder do governo no Congresso, apontado pelo delator Cláudio Melo Filho como o arrecadador de seu grupo político no Senado, já voltou a falar no porrete.
Em entrevista ao jornal O Globo, Romero Jucá, codinome Caju, disse que o vazamento da bombástica delação de Cláudio Melo Filho, reabre a discussão sobre a Lei de Abuso de Autoridade.
Essa turma até hoje não se conformou por não ter conseguido aprovar uma anistia ao Caixa 2 em benefício de todos que receberam dinheiro sujo para usufruto próprio e campanhas eleitorais.
Eles recuaram, mas não desistiram. Com o avanço das revelações da Odebrecht e de outras grandes empreiteiras, devem tentar outra vez. Só a reação das ruas é capaz de evitar que a anistia à corrupção seja aprovada.