Pelo menos 500 mil pessoas em todo o mundo se comprarem uma passagem para virem ao Brasil até o final das Olimpíadas serão barradas em centenas de aeroportos e portos em todo o planeta. Elas são identificadas pelos principais serviços secretos como algum potencial de risco de possíveis atentados terroristas. As autoridades de segurança do Brasil avaliam que estão fazendo bem o dever de casa.
Mês passado, a embaixadora americana no Brasil, Liliana Ayalde, contou ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, que os serviços de inteligência dos Estados Unidos, os mais bem equipados do planeta, nada detectaram em relação ao Brasil. Inglaterra, Israel, Alemanha, entre outros parceiros, dizem a mesma coisa. O ponto fora da curva foi a França, que teria descoberto um suposto terrorista brasileiro, mas oficialmente desmentiu essa versão.
Três centros integrados de inteligência já cuidam de tudo o que se refere à segurança nas Olimpíadas. Dois trabalham com o controle interno e o outro, com a participação de 106 países, das possíveis ameaças de fora. Até o próximo sábado, os militares e outras forças de segurança farão vários ensaios no Rio de Janeiro. No domingo, portos, aeroportos, rodoviária, Central do Brasil, as vias expressas e toda a orla passam ao controle das Forças Armadas.
No Palácio do Planalto, a avaliação é positiva. O único receio é sobre um imprevisível aqui e em qualquer lugar do mundo do que se apelidou de lobo solitário. Isso incomoda os ministros brasileiros escalados para informarem sobre o rigor das providências tomadas. Todas à vezes que indagados sobre a possibilidade de uma ação isolada, eles não sabem como responder, o que acaba rendendo manchetes diferentes das pretendidas. “É como responder sobre o Saci Pererê, você sabe que ele não existe, mas não tem como provar isso”, diz, com humor, Raul Jungmann.