Como se esperava, Michel Temer abriu a reunião com os líderes desta manhã reafirmando que não será candidato à reeleição em 2018 “em hipótese alguma”. Pode ser que convença alguns, mas o estrago já foi feito.
Enquanto Michel não tomar uma atitude concreta nesse sentido, vai ter muita gente em sua base, sobretudo no PSDB, com a pulga atrás da orelha – o que pode representar prejuízos para a aprovação das matérias de interesse do governo no Congresso e, portanto, à própria governabilidade.
Nesse sentido, já há, entre aliados do presidente de interino, quem esteja sugerindo um gesto cabal, que seria a apresentação e aprovação imediata de uma PEC acabando com o instituto da reeleição. Simples assim. Só que não. Se é o único jeito de convencer o tucanato das boas intenções do presidente, a proposta divide seu próprio partido, o PMDB. Mas tudo indica que vai ter que andar.
Em meio ao desnecessário mal- entendido em torno da suposta reeleição de Michel Temer – que vai ter primeiro que sobreviver até lá -, muita gente amanheceu se perguntando se a jogada foi ou não acidental. Pode ter até sido um escorregão do novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, na entrevista ao Estadão. Mas o que intriga todo mundo é que, no mesmo domingo, o assunto apareceu também em matéria na Folha, alimentada por offs de ministros palacianos.
Como jabuti não sobe em árvore, boa parte da base de apoio do governo Temer continua desconfiadissima a respeito de suas intenções.