Militares ligados à área de inteligência avaliam que o Planalto errou na estratégia de botar a boca no trombone em relação à questão do terrorismo nos Jogos do Rio. Acham que, para valorizar a própria imagem e passar a ideia de que o governo está operando, o governo falou demais e criou um clima negativo. Muita gente agora está com medo de ataques terroristas, houve desistência de ingressos e, pior de tudo, cresce o risco de os “lobos solitários”, ou apenas os loucos exibicionistas, terem ideias perigosas.
Esses especialistas estão mais preocupados com o risco desse tipo de ataque – que vem se disseminando no mundo – do que com hipotéticas iniciativas do Estado Islâmico. Citam como exemplo o sujeito que suspendeu a prova da OAB em Salvador neste fim de semana, ameacando se explodir com balas que, depois, descobriu-se serem de gengibre.
E não é só esse tipo de exibicionismo que deixa os militares apreensivos. Eles acham que os ministros Alexandre Morars, da Justiça, e Raul Jungmann, da Defesa, estão falando demais, numa disputa pontuada pelo vedetismo.
Nesse sentido, consideram acertar a decisão de Michel Temer, anunciada hoje na coluna de Sonia Racy, de colocar na chefia da operação segurança das Olimpíadas o ministro chefe do GSI, Sérgio Etchegoyen , se confirmada.