Terminaram as expectativas e especulações. O presidente Jair Bolsonaro decidiu-se pelo nome do até hoje chefe da Advocacia-Geral da União em seu governo, André Mendonça, para assumir o Ministério da Justiça no lugar de Sérgio Moro, que demitiu-se da pasta na semana passada.
Nos últimos dias, as notícias em torno de quem ocuparia o Ministério da Justiça recaiam sobre o atual Secretário-Geral do Palácio do Planalto, Jorge Olveira. O presidente foi aconselhado a não escolhê-lo para evitar possíveis processos, em decorrência de Jorge, major da Polícia Militar de Brasília, ser amigo íntimo há anos de Jair Bolsonaro e seus filhos.
O reverendo da Igreja Presbiterana André Luiz de Almeida Mendonça trabalha com Bolsonaro desde a transição de governo, ainda no Centro Cultural Banco do Brasil. É formado em Direito Público pela Universidade de Brasília e tem cursos de aperfeiçoamento na área jurídica na Espanha.
Mendonça sempre mereceu elogios de Jair Bolsonaro. No ano passado, passou a ter seu nome cotado para a próxima vaga que se abrirá no Supremo Tribunal Federal por ser “terrivelmente evangélico”, segundo o presidente da República.
Nessa segunda-feira, o ministro Celso de Mello, do STF, autorizou abertura de inquérito para apurar acusações de Sérgio Moro contra Jair Bolsonaro. Na entrevista em que anunciou sua saída do governo, Moro declarou que o presidente fazia pressão para interferir diretamente nas investigações realizadas pela Polícia Federal.
Jair Bolsonaro também escolheu Alexande Ramagem para substituir o delegado Maurício Valeixo na Diretoria-Geral da Polícia Federal. Valeixo foi o estopim da crise que culminou com a saída de Sérgio Moro. Ramagem é, assim como Jorge Oliveira, ligado aos filhos do presidente.