Em política, os embates costumam provocar consequências que extrapolam o motivo em si da disputa. É o caso da concorrida eleição para a Presidência da Câmara. Para ficar só no PMDB, partido do presidente interino Michel Temer, a escolha de Marcelo Castro como candidato, contra a vontade do Planalto, já mudou o jogo palaciano.
Os vitoriosos no partido, um levante com o apoio da forte bancada do PMDB mineiro, descontente por não ter sido contemplado com nenhum cargo no primeiro escalão, já dão como certa a conquista do Ministério do Turismo.
Ficou evidente também o esforço comandado pelo secretário de governo, Geddel Vieira Lima, para tentar evitar a ida de Marcelo Castro ao segundo turno, com o argumento da inconveniência de sua aliança com os partidos ligados à presidente afastada Dilma Rousseff. Políticos ligados a Castro, em conversas reservadas, avaliavam que, ele for eleito, mais do que fortalecer o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, vai enfraquecer Geddel. A aposta é que o entendimento entre Temer e Castro teria como preço a substituição de Geddel na articulação política.