O deputado federal Osmar Terra (MDB/RS) voltou para a Câmara dos Deputados fulminando a campanha contra a covid-9 que está sendo levada a efeito no Brasil. Sem se referir diretamente, ele estaria a dar certo respaldo à posição do presidente Jair Bolsonaro.
Terra falou na tarde de segunda-feira, 23, na Comissão Especial da Câmara para tratar da pandemia do novo coronavírus. Terra foi secretário de Saúde do Rio Grande do Sul.
O ex-ministro da Cidadania do presidente Jair Bolsonaro e ex-ministro do Desenvolvimento Social do ex-presidente Michel Temer, o parlamentar gaúcho diz que a atual pandemia segue o curso normal desse tipo de problema sanitário no passado.
A infecção, afirma, tem seu curso ascendente de seis semanas, depois começa a cair vertiginosamente até desaparecer maciçamente, deixando, contudo, resíduos, como foi o caso da gripe H1N1, extinta pela criação das defesas naturais nas populações. O ex-ministro argumenta que, passado o período crítico, o vírus continua a fazer vítimas, em números menores.
Neste caso, lembra que, no ano de 2019, o rescaldo da H1N1 produziu maior óbitos, no Brasil, comparado com o número de mortos da atual covid-19. Foram mais de 700 mortes, mais de duas por dia.
Neste sentido, ele critica como exageradas as medidas de prevenção tomadas por estados e municípios, advertindo que os prejuízos econômicos serão incalculáveis e desproporcionais para conter algo tão comum e repetitivo como uma epidemia dessa natureza.
No seu entender, defendeu na Comissão da Câmara, o governo deveria concentrar seus esforços no grupo de risco mais exposto, os idosos acima de 70 anos. Na parte de gestão, embora elogiando o trabalho do ministro Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, Terra, que é médico, sugeriu também a formação de um grupo de trabalho científico multidisciplinar com profissionais das áreas médicas e de saúde, para orientar os governos federal, estaduais e municipais.
Com isto, ele estaria sugerindo que o problema é relatado com demasiada dramaticidade pelos infectologistas. Para ele, há muita gente, principalmente os executivos municipais e regionais, querendo mostrar serviço. Há eleições à frente.