A Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ) entregou a cada um dos cadetes da escola de formação de oficiais um exemplar do livro “Raízes do Exército Brasileiro”. O presente foi também distribuído nas escolas preparatórias de cadetes, escolas de formação de especialistas (graduados) e nos colégios militares espalhados pelo País.
Os livro recupera os primeiros momentos da fundação do Exército na guerra contra a invasão holandesa, a partir de 1630, em Pernambuco. O prefácio é do desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, ex-presidente do TRF-4.
A data escolhida para o lançamento do livro coincidiu com a comemoração da vitória da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Batalha de Monte Castelo, na 2ª Guerra Mundial. A obra é de autoria de dois historiadores gaúchos – coronel Luiz Ernani Caminha Giorgis, presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (RS) e ex-professor de História do Colégio Militar de Porto Alegre, e do general Virgílio Ribeiro Muxfeldt, ex-comandante da 3ª Região Militar.
O livro foi lançado em 2019 nas comemorações da Batalha de Monte Castelo, quando a FEB, sob o comando do general Mascarenhas de Morais, derrotou a 148ª Divisão de Infantaria do Exército Alemão, comandada pelo general Otto Fretter-Pico, rompendo as defesas do Eixo na cadeia de montanha dos Apeninos, no norte da Itália. A batalha foi de 24 de novembro de 1944 até 21 de fevereiro de 1945.
Expulsão dos holandeses
O livro “Raízes do Exército Brasileiro” narra a guerra de expulsão dos holandeses e extinção de sua colônia no Brasil, como resultado da vitória nas duas batalhas de Guararapes, nos arredores de Recife (PE), no século XVII. O levante e a força armada que se organizou para extinguir esta invasão é considerada por alguns historiadores como a fundação da nacionalidade brasileira. Segundo esta interpretação, neste momento foi constituída uma força armada composta por todas as etnias e miscigenações que caracterizam, até hoje, o chamado “povo brasileiro”.
Os combatentes foram, então, chamados pelos europeus invasores de “patriotas”, uma palavra nova no mundo, configurando os povos dos nascentes estados-nações. Naquela época, os inimigos eram, então, representados pelos holandeses, que ocupavam a região nordestina.
Não obstante no final fosse restaurada a soberania portuguesa, os autores defendem que aquela campanha pode ser considerada um ato fundador da nacionalidade brasileira e de uma força armada legítima dessa nacionalidade. “Raízes” apresenta fatos e debates sobre esta concepção. Por este ponto de vista, reforçado pelo livro, Guararapes é considerada a data de fundação do Exército Brasileiro.