Essa semana que termina foi, com certeza, uma das das mais agitadas para Jair Bolsonaro desde que assumiu a Presidência da República em janeiro do ano passado.
Na segunda-feira, 27, retornou da longa viagem à Índia, onde assinou acordos comerciais com o primeiro-ministro Narendra Modi. Logo após desembarcar em Brasília, ao chegar ao Palácio da Alvorada, anunciou a demissão do interino da Casa Civil, Vicente Santini, que para chegar a Nova Déli usou um jato da Força Aérea. Antes da Índia o número 2 de Onix foi ao Fórum de Davos também na aeronave requisitada à FAB, enquanto o ministro Paulo Guedes, por exemplo, viajou à Suiça em avião de carreira. Jair Bolsonaro considerou que o ato não é ilegal, mas é imoral.
No dia seguinte, ao saber que Santini havia sido indicado para outra função no Palácio do Planalto, voltou a exonerá-lo. A crise aumentou com a transferência da Casa Civil para o Ministério da Economia o Programa de Privatizações e Investimentos. Onix Lorenzoni, em férias no Exterior, antecipou a volta para ouvir do seu amigo Bolsonaro a extensão do problema.
Onix afirmou que não deixará o governo, pois sua “missão é, junto com Bolsonaro, servir ao Brasil”. Mas acrescentou que o presidente da República é quem decide a permanência de cada ministro em seus cargos. Como a pasta da Educação também tornou-se novamente problema, cogita-se que Lorenzoni poderá substituir Abraham Weintraub no Ministério. Pode até não contecer tal mudança. Mas é o que se cogita.
A terça-feira foi dia de receber em seu gabinete a atriz Regina Duarte, convidada do próprio Bolsonaro para assumir a Secretaria Nacional de Cultura. Vai substituir o dramaturgo Roberto Alvim, que foi demitido após a divulgação do vídeo no qual copia e faz referências ao ministro nazista de Adolf Hitler. Regina diz ter aceito o convite, mas o governo ainda não confirmou a data da posse da artista. Outra demissão da semana foi a do presidente do INSS, Renato Vieira, responsabilizado pelo mal atendimento e das filas para os mutuários do Instituto da Previdência.
Momento ameno foi na quarta-feira, a cerimônia com cantores sertanejos no segundo andar do Palácio Planalto. O que deveria ser, porém, uma grande festa com artistas famosos foi somente uma agenda para ouvir pedido que ele, Bolsonaro, ajude a acabar com as meiais-entradas nos shows. Aliás, o único conhecido do encontro não era sertanejo nem cantor, o comediante Trapalhão Dedé Santana.
Bolsonaro embarcou na quinta-feira para Minas. Foi sobrevoar, com o governador Romeu Zema, as regiões afetadas pelas chuvas intensas. Na volta a Brasília, foi levado diretamente para o Hospital das Forças Armadas. Ficou lá por quase duas horas. Há controvérsias sobre a causa do atendimento médico. Uns dizem que o presidente foi submeter-se a uma cirurgia de vasectomia. Mas há quem diga que a razão foi outra: desconforto na região do abdome.
Já na sexta-feira, em repouso, Jair Bolsonaro não saiu do Palácio Alvorada. Recebeu no fim da tarde alguns ministros, entre eles Henrique Mandetta, da Saúde, para tratar da questão coronavírus, que se alastra por vários países e ameaça chegar também ao Brasil.