Novo partido. Bolsonaro quer um milhão de assinaturas até 31/jan

Integrante da cúpula do Aliança pelo Brasil, o partido que Jair Bolsonaro quer criar, Luiz Felipe Belmonte faz parte do triunvirato de comando do novo movimento. A meta, comenta ele em entrevista exclusiva a'Os Divergentes, é ter o número mínimo de assinaturas para criação da legenda no começo de fevereiro. Para isto, conta a ajuda direta do presidente da República

O advogado Luiz Felipe Belmonte - Foto: Orlando Brito

Pé na estrada. Segunda-feira, 13, o presidente Jair Bolsonaro dá seu primeiro passo na marcha para completar as exigências e formar seu partido Aliança pelo Brasil. Sua meta, como chefe supremo da entidade em formação, é atingir entre 800 mil e um milhão de filiados até 31 de janeiro, informou a’Os Divergentes o segundo vice-presidente do Aliança, o suplente de senador Luiz Felipe Belmonte (PSDB/DF).

Belmonte é integrante do triunvirato de comando do movimento, composto pelo próprio presidente da República, pelo senador Flávio Bolsonaro (sem partido/RJ), primeiro vice-presidente, e por ele, “sem hierarquia”. Ou seja, todos no mesmo nível.

Até o meio-dia de sábado, 11, quando os equipamentos de informática da organização entraram em trabalho de manutenção, os sistemas contavam com 193 mil downloads de novos filiados com fichas devidamente preenchidas. Até o domingo, 12, estimava-se que passaria dos 250 mil nomes, informou.

Cada um desses novos correligionários, baixando a proposta, confirma seus dados e recebe um cupom de coleta de assinatura de reconhecimento de firma para registrar seu pedido de filiação com firma autenticada em cartório de notas. Belmonte garante que não haverá dúvidas: “Não há como impugnar um documento com fé pública, assinado presencialmente à frente do tabelião”. É uma operação sem custo para a organização, pois cada candidato paga suas despesas, variando entre 5 e 10 reais por firma. O seguro morreu de velho.

Teste no Ceará

As ações presidenciais iniciam-se nesta semana, mas sexta-feira passada o presidente Bolsonaro já fez uma primeira assembleia por vídeo conferência, com a participação de 1.600 lideranças evangélicas do Ceará. Este será o ritmo.

Onde puder estar pessoalmente, irá, mas grande parte de sua presença no processo se dará à distância. Foi um teste do modelo, comenta Belmonte. Na sua avaliação, funcionou perfeitamente, pois todos os integrantes, pastores e diáconos, são versados nesse tipo de telecomunicação.

O suplente de senador Luiz Felipe Belmonte (PSDB/DF), na sua residência, em Brasília. Foto: Orlando Brito

A maior parte das bases está sendo recrutada nos espaços religiosos, principalmente evangélicos, mas também católicos e, mais recentemente, kardecistas. Outra base importante, diz o vice-presidente do Aliança, são os movimentos integrados por militares, da ativa e da reserva, estaduais e federais.

Um destes que está a ponto de entrar no projeto, negociando suas participações, é a Federação de Entidades Militares, com sedes em 950 municípios. Este grupo estava se encaminhando para formar um partido político próprio, mas, com o surgimento da agremiação do presidente da República, estão derivando para a nova entidade.

“Esse pessoal tem muita capilaridade, um sistema de organização perfeito e está mobilizado”, afirma Belmonte. Da mesma forma, os movimentos de policiais militares, bombeiros e outros segmentos do sistema de segurança dos estados e municípios (policiais civis, guardas municipais etc.) estão se mobilizando para captar assinaturas e promover a adesão maciça de seus integrantes.

Segundo Belmonte, o Aliança já conta com organização completa em nove estados, mas está operando em quase todo o território nacional. Faltam dois para completar inteiramente o território.

Ele acrescenta que todos estarão igualmente contemplados, desfazendo a versão de que haveria uma concentração de esforços no Nordeste, para atacar o arquiadversário Partido dos Trabalhadores (PT) nas suas bases mais sólidas. Os pontos de reunião de adeptos geralmente são tempos e igrejas, mas poderão abrir mesas de inscrição nas ruas ou em locais públicos. “Já conseguimos muitos estados”, comemora.

Prefeitos do Triângulo Mineiro

Luiz Felipe Belmonte, advogado, suplente de senador e integrante da cúpula do Aliança pelo Brasil, partido que está sendo criado pelo presidente Bolsonaro. Foto: Orlando Brito

No espaço político, o partido também está angariando apoios. No sábado, 11, Belmonte recebeu uma comitiva de 30 prefeitos do Triângulo Mineiro, querendo informações e sondando condições políticas e legais para adesão.

Estes, segundo o vice-presidente, dependem ainda do andamento dos processos de registro, pois vários são candidatos à reeleição. Antes de haver segurança, não podem abandonar as legendas às quais estão filiados.

O plano dos líderes é entregar à Justiça toda a documentação no dia 3 de fevereiro, na primeira hora do final do recesso das férias e volta ao trabalho do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Também as equipes estão voltando à ativa na segunda feira, 13, depois de uma interrupção programada para descanso.

O próprio Belmonte e sua mulher, a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania/DF), regressaram de suas férias no sábado, depois de uma passagem por Dubai, para assistir à partida final da Copa do Mundo Interclubes (ele é desportista atuante) entre Flamengo e Liverpool, seguindo depois a Israel, para receber, em Jerusalém, relata, “uma energização espiritual e física”. Daqui pra frente, é seguir a máxima dos paraquedistas, graceja: “Missão dada, missão cumprida”.

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