A princípio, está marcada para o próximo dia 14 de julho a eleição do novo presidente da Câmara, apesar de os líderes dos maiores partidos no Congresso estarem tentando antecipá-la.
Nunca é demais lembrar que foi num 14 de julho, mais precisamente em 1789, a propalada Tomada da Bastilha. O marco da Revolução francesa aconteceu quando populares invadiram a prisão parisiense arrancaram a cabeça do governador, o marquês de Launay, desencadeando uma série de revoltas pelo país e pela Europa.
Mas o nosso 14 de julho não deverá ser nenhuma revolução. Vai apenas escolher entre os políticos que já mandam no Congresso aquele que os representará nas tratativas com o novo governo de Michel Temer.
E o nosso “marquês de Launay” Eduardo Cunha ainda não teve sua cabeça pendurada na ponta de uma lança. Vamos esperar o resultado da Lava Jato, pois, pelo andar da carruagem, se depender do governo e dos líderes dos maiores partidos, Eduardo Cunha pode não ter sua cassação votada antes do recesso.
Digamos que na quinta-feira 14 seja feita a eleição do presidente da Câmara. Aí caberá ao novo presidente da Câmara marcar para o dia seguinte, uma sexta-feira, a votação da cassação. Ele só perderá o mandato pelo voto da maioria absoluta dos deputados (257 em 513). Normalmente nesse dia da semana o quórum é baixíssimo no Congresso.
Isso sem contar que a Comissão de Constituição e Justiça terá que derrubar, na segunda-feira 11, o relatório favorável ao recurso do deputado Eduardo Cunha por um novo julgamento de seu caso no Conselho de Ética. É que entre a votação na CCJ e no plenário, pelo Regimento da Câmara, tem que haver um intervalo de cinco sessões.
Ou seja, nosso marquês de Launay ainda pode adiar para depois do recesso a sua execução.
Bem, e depois do recesso temos Olimpíadas e eleições municipais…