O ex-comandante do Exército, general Villas Bôas, deu uma explicação bem singela para o alarme de que houvera uma ideia de pedir estado de sítio (retirando garantias democráticas) nos tempos das manifestações a favor e contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Tudo não passou de uma conversa de corredor entre dois parlamentares e dois assessores parlamentares.
Nada mais natural: os políticos certamente especulavam sobre todas as hipóteses estratégicas para orientar suas bancadas, caso a situação saísse de controle. Naturalmente, o assunto chegou aos chefes dos assessores pelos canais competentes.
Entretanto, não passou disto. A presidente Dilma Rousseff em nenhum momento mencionou esse assunto a seus ministros, tanto militares como civis, disse o general. Villas Bôas deu estas explicações numa entrevista para o jornalista Thomaz Traumann, ex-porta voz da então presidente.
Na sua versão, o assunto suscitou atenção entre os chefes militares com o temor de que a decretação, pelo Congresso Nacional, do dispositivo constitucional do estado de emergência, poderia subentender que o Governo teria autorização legislativa para usar as Forças Armadas a fim de conter as manifestações de rua. Isto não foi bem recebido, disse. Villas Bôas também afirmou que resolveu falar porque correm muitas versões mirabolantes e fake news sobre aqueles momentos dramáticos.