A (im)popularidade de Jair Bolsonaro estancou e está estacionada nos 30% de aprovação, ainda assim menor do que os 36% da desaprovação, segundo o Datafolha. É uma das piores avaliações de um presidente da República brasileiro ao fim do primeiro ano de mandato. Mas provavelmente o suficiente para levá-lo a um segundo turno se as eleições presidenciais fossem hoje. Isso se o ex-juiz e ministro da Justiça Sergio Moro não concorrer…
Aí é que está. O mesmo Datafolha que desapertou um pouco o nó em torno do pescoço de Bolsonaro trouxe para o Planalto um dado desconcertante, para dizer o mínimo: a popularidade do ministro da Justiça é bem maior do que a do presidente da República. Depois da queda de cerca de 10 p.p em julho, quando foram divulgadas as conversas da Vaza Jato pelo site The Intercept, Sergio Moro estabilizou-se num confortável patamar de 53% de aprovação.
Está certo. Paulo Guedes e Damares também têm aprovação superior à do chefe. Nenhum dos dois, porém, tem, ao menos até agora, projeto presidencial em curso. Moro, apesar das negativas, tem — ou, ao menos, os que o cercam tem. E sua movimentação no palco brasiliense não deixa dúvidas de que é uma opção à direita para 2022.
O que se indaga agora é o que fará Bolsonaro, que tem mais três anos de provável desgaste pela frente, com um pré-candidato em sua cozinha. Vai desistir e abrir para Moro? Confirmar os rumores de que o convidará para ser vice em sua chapa? O ex-juiz vai aceitar, tendo condições para fazer um vôo próprio? É o que a República se pergunta neste finalzinho de ano.
A única certeza é de que Jair Bolsonaro, conhecido pela paranóia em relação aos que o cercam e um exímio cortador de cabeças que o incomodam, vai redobrar a vigilância sobre Moro.