O doleiro Lúcio Funaro, preso nessa sexta-feira (1), quer fazer delação premiada para contar tudo o que operou para o deputado Eduardo Cunha. Como o doleiro Alberto Yousseff, Funaro é um dos precursores de delação premiada no país, antes mesmo de sua regulamentação por lei. Ele fez um acordo com os procuradores que investigaram o Mensalão.
Preso em São Paulo, Funaro está sendo transferido para Brasília, onde pode rever procuradores com quem acertou a troca de informações que ajudaram a fechar o cerco contra alguns dos caciques políticos condenados no processo do Mensalão.
Antes mesmo de ser preso, Funaro já planejava buscar os benefícios de uma delação premiada. Ele contratou o advogado Antonio Figueiredo Bastos, o mais requisitado na Operação Lava Jato para negociações de delação. Há anos, Funaro é parceiro de Cunha. Na época da CPI dos Correios, ele teve de explicar porque pagava o aluguel de um flat onde Cunha morava em Brasília.
Entre outras coisas, Lúcio Funaro pode mostrar o caminho das milionárias propinas recebidas por Eduardo Cunha em decorrência de empréstimos feitos pela Caixa Econômica Federal com dinheiro do FGTS para grandes empresas. Outros políticos também receberam seu quinhão nas negociações feitas pelo ex-vice-presidente da CEF Fábio Cleto. Mas Cunha era o principal cliente. Quem recebia o dinheiro destinado a Eduardo Cunha era Lúcio Funaro.