Toda saga, assim como em Guerra nas Estrelas, tem aquele momento em que o Império contra-ataca. Aí os libertadores da galáxia reagem e tem-se a batalha final – pelo menos até o próximo episódio. O contra-ataque do império na Lava Jato veio com a movimentação dos setores políticos em torno de mudanças na legislação para limitar a atuação do Ministério Público, da Justiça e da Polícia Federal nas operações de combate à corrupção. E já provocou uma tremenda reação dos salvadores da galáxia, como mostrou a semana de seguidas operações, culminando com a de hoje, que prendeu o operador Lucio Bolonha Funaro e colocou na roda, finalmente, a JBS, através da Eldorado Celulose.
O que dá para dizer neste momento é que o PMDB de Eduardo Cunha e Renan Calheiros voltou ao olho do furacão. A operação desta madrugada foi baseada sobretudo nas delações do ex-vice presidente da Caixa, Fábio Cleto, que fez revelações sobre a propina envolvendo os negócios do FI-FGTS, e do ex-executivo da Hypermarcas Nelson Mello, que confessou ter pago R$ 30 milhões ao trio de senadores do PMDB Renan-Jucá-Eduardo Braga. A unir os dois braços da investigação, estão o doleiro Lucio Funaro e o operador Milton Lyra. O primeiro ligado a Cunha e o segundo a Renan.
O fato de nenhum político estar entre os alvos diretos da operação Sepsis não está tranquilizando ninguém. A delação premiada de qualquer um dos alvos de hoje pode ter efeitos explosivos. E não só na situação de Eduardo Cunha, que obviamente piorou.
Cunha está recebendo discreto apoio do Planalto e de outros aliados do PMDB na operação que prevê sua renúncia ao cargo em troca da tentativa de protelar a cassação e preservar o mandato. Se essa articulação for para o espaço, como é muito provável, teremos mais uma vez um Cunha disposto a explodir o quarteirão solto em Brasília.
É por aí que a república peemedebista amanheceu em pânico hoje.