Marina Silva avaliou ter encontrado um discurso capaz de unir a sua base política na fronteira do eterno arranca-rabo entre tucanos e petistas. Com a crise de credibilidade dos políticos em geral, a solução não seria Dilma nem Temer, mas novas eleições presidenciais.
Mesmo com essa bandeira, Marina teve de se posicionar em uma questão concreta posta pela sociedade e em tramitação no Congresso Nacional: o impeachment da presidente Dilma. Apesar de ressalvar não ser essa a melhor solução, Marina e sua Rede fizeram uma opção pró destituição de Dilma.
O problema é que ex-petistas e aliados que entraram na Rede resolveram seguir outro caminho. Concordaram com a proposta de Marina, mas entraram na linha de frente no combate ao impeachment. Foi assim que se comportou na Câmara o líder do partido, Alexandre Molon, que bateu de frente com o experiente Miro Teixeira, e age agora o representante do partido no Senado, Randolfe Rodrigues. Resultado: a exemplo do Psol, a Rede vem sendo apontada nas redes sociais como partido satélite do PT.
Marina não está gostando disso. Quem a conhece aposta que ela vai tentar sair dessa armadilha política antes da votação final do impeachment no Senado. E o que seria? Uma forma de se mostrar distante do PT. A aposta de um parlamentar próximo a Marina é de que ela vai marcar posição na economia, ao realçar conversas com aliados como Eduardo Gianetti, o que provoca calafrios em economistas alinhados ao PT.