Preso esta manhã pela Operação Lava Jato, o ex-ministro Paulo Bernardo é o elo entre o PT e um dos maiores operadores do escândalo do Mensalão, o ex-deputado federal José Janene (PP-PR), morto por AVC em setembro de 2010.
Janene era quem recebia a parte do PP no Mensalão e distribuía para os deputados de seu partido.
Delator e deflagrador da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef declarou, em delação premiada, ter entregue R$ 1 milhão em 2010 a Paulo Bernardo — a mando do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa — para a campanha ao Senado da esposa do deputado, Gleisi Hoffmann.
O doleiro Yousseff havia passado a operar com dinheiro da corrupção na Lava Jato por obra e graça de seu grande amigo José Janene, cujo atestado de óbito assinou como testemunha e de quem era padrinho de um dos filhos.
As relações entre Janene e o PT paranaense são antigas. Vêm desde 1992, quando o irmão de Janene, Assad Jannani (PDT), foi eleito vice-prefeito de Londrina na chapa do petista Luís Eduardo Cheida.
Janene se tornou um arrecadador do grupo. Houve um racha ao final do governo e Paulo Bernardo saiu candidato a prefeito pelo PT, enquanto Janene apoiou Antônio Belinati, que acabou eleito pelo PFL.
Mas em 98, apurando denúncias de corrupção no governo de Belinati, o Ministério Público apreendeu uma caderneta com registros de doações para as campanhas de deputados petistas como o já cassado André Vargas e… Paulo Bernardo.
Desde aquela época, Bernardo e Janene passaram a ter seus caminhos cruzados. Até mesmo quando o petista se tornou secretário de Fazenda de Zeca do PT, no Mato Grosso do Sul, Janene transferiu parte de seus negócios para o Estado.