Em tempos de tsunami na política brasileira, há plantações para todos os gostos. Alguns advogados criminalistas, em vez de argumentos jurídicos, criam as mais variadas versões para desestabilizar a Operação Lava Jato. Vão desde supostos flagrantes forjados a ilusões atribuídas aos investigadores. No julgamento do Mensalão, o ex-ministro Joaquim Barbosa foi vítima disso — seu brilhante relatório foi desqualificado como uma peça de quem se preparava para ser candidato à Presidência da República.
O juiz Sérgio Moro é alvo do mesmo método. A moda agora é atribuir ambições políticas ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na primeira ofensiva me disseram que ele estava jogando para ser candidato a deputado federal em Minas Gerais pelo PSDB. A suposta ligação aparentemente ganhava alguma consistência pelo fato de Janot ser de São João Del Rey, terra da família de Aécio Neves e de Rodrigo Janot em São João Del Rey.
Como Janot insiste em investigar o passado de Aécio, mudaram o enredo. Agora, dizem que seu propósito é se candidatar à Presidência da República em 2018. Gente tão bem remunerada deveria ter a obrigação de ser mais criativa.