É consenso no Congresso, entre os que apoiam e os que são contrários, a avaliação de que a tese do plebiscito ganhou força desde que a presidente da República afastada, Dilma Rousseff, admitiu a realização de novas eleições como uma possível saída para a crise.
Mas o plebiscito esbarra na falta de confiança entre os vários protagonistas da política brasileira.
O PT, por exemplo, está dividido em relação ao assunto: Enquanto o líder do partido no Senado, Humberto Costa (PE), admite a possibilidade, o líder na Câmara, Afonso Florence (BA), declarou-se publicamente contrário.
A avaliação de uma parcela dos petistas é que o partido não teria condições de eleger um presidente da República neste momento, em meio às denúncias da Operação Lava Jato.
Por outro lado, os petistas colocam como condição para discutir o assunto a derrubada do processo de impeachment contra Dilma. Ou seja, a volta da presidente.
Mas há o temor entre senadores que apoiam a tese das novas eleições de que, uma vez derrubado o impeachment, Dilma volte atrás na realização do plebiscito. E que o PT acabe votando contra uma emenda constitucional nessa direção.
A chave para o imbroglio é o ex-presidente Lula. Somente ele é capaz de dar um ordem unida no PT a favor do plebiscito. Mas até agora Lula não veio a público para dar seu aval. Enquanto ele não fizer isso, a proposta deverá patinar no Congresso.