Ao reduzir a pena de Lula, preso há mais de um ano em Curitiba, o STJ exibiu alguma boa vontade. Mas, se quiser ampliar esta disposição dos sufetas togados, Lula precisará de apoio maior do que o dos militantes da Vigília Lula Livre que se revezam em saudações diárias à frente do cárcere paranaense.
Embora tenha fundamentos jurídicos, a prisão do ex-presidente tem também contornos políticos. Represar sua eventual volta ao Palácio do Planalto é o mais importante deles – seja isto deliberado ou não.
Caso queira apressar sua volta à militância e retomar sua senda de agitador de massas, resta ao líder uma alternativa dramática: desistir da candidatura à Presidência da República. Se convencer que fala a verdade e encontrar uma boa desculpa para o gesto, Lula afastará um dos óbices que o mantem encarcerado.
Sim, as hostes petistas não vão gostar. Mas como a liderança de Lula é, no momento, insubstituível, não haverá o que fazer.
Outra alternativa é esperar o fracasso do presidente Jair Bolsonaro. E torcer para que acreditem que Lula é a melhor alternativa ao capitão-mor.