PEC prevê gatilho de controle de gastos obrigatórios

Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Foto Orlando Brito

A equipe econômica espera concluir nesta segunda-feira um modelo de gatilho de contenção dos gastos obrigatórios, que representam em torno de 80% das despesas do governo Federal, sem falar de juros da dívida.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que os gastos da União ficarão no mesmo patamar de 2016, apenas corrigidos pela inflação no ano anterior. A medida é para que o governo possa voltar a ter superávit primário suficiente, a fim de cobrir os gastos com juros e evitar o crescimento da dívida líquida do setor público acima da variação do Produto Interno Bruto(PIB).

Sobre isso todos estão de acordo. O problema é que para o sucesso deste objetivo o governo precisa conter as despesas obrigatórias (benefícios da previdência, folha de pessoal, benefícios continuados, gastos com saúde e educação), que são da ordem de R$ 997 bilhões.

Na terça-feira, Michel Temer vai mandar ao Congresso um Projeto de Emenda Constitucional(PEC) fixando o limite de gastos do orçamento e condições para alterar direitos estabelecidos na Constituição.

O mecanismo de gatilho que a equipe econômica está criando é para justificar em que condições estes gastos garantidos em lei podem ser cortados. Com a regra geral de teto de gasto do orçamento, se não tiver como fazer contenção destes obrigatórios chegará um momento em que as despesas de custeio e investimentos, que estão sujeitas a corte, podem desaparecer do Orçamento da União. Assim, os deputados e senadores ficariam sem a possibilidade de incluir emendas para obras em seus estados.

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Formado em jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul com pós graduação em jornalismo econômico pela Faculdade de Economia e Administração(FAE) de Curitiba/PR. Repórter especializado em finanças públicas e macroeconomia, com passagens pela Gazeta Mercantil, Folha de São Paulo e Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Participou da cobertura de formulação e implementação de todos os planos econômicos do país deste o Plano Cruzado, em 1985, ao plano Real, de 1994. Sempre atuou na cobertura diárias das decisões de política econômica dos Ministério do Planejamento, Fazenda e Banco Central. Experiência em grandes coberturas de finanças como das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional(FMI), do Banco Mundial(BIRD) e Banco Interamericano de Desenvolvimento(BID).