Há três anos, Lula seguia para a prisão em Curitiba

Os advogados de Lula não obtiveram êxito nas liminares que encaminharam ao Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça. Viram esgotar o prazo para o ex-presidente apresentar-se às autoridades para cumprir prisão, o que aconteceu no começo da noite daquele sábado de há três anos, em 7 de abril de 2018.

Antes, pela manhã, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, Luís Inácio assistiu à missa pela aniversário da ex primeira-dama Marisa Letícia, que faria 67 anos. No final, usou do microfone à militância. Disse que estava condenado injustamente, por conta da imprensa. Atacou os desembargadores e o então juiz Sérgio Moro.

Lula chega à sede da Polícia Federal em Curitiba – Reprodução da tevê

À noite, partiu para começar a cumprir a pena que recebeu da justiça de 12 anos e mês por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Por determinação do juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro, o ex-presidente foi levado para uma sala diferenciada, no quarto andar da sede da Polícia Federal, em Curitiba. O mesmo local em que está até hoje. Tem janelas, mas não com vista para a rua e sim para o pátio interno do edifício. Possui grades, porém sem características de cela. Há banheiro, uma cama e uma pequena mesa. Recebe três refeições diárias, em marmitas. Os talheres são de plástico. A área é de quinze metros quadrados. É, na verdade, o local destinado para alojar os delegados e agentes policiais que viajam para a capital do Paraná em cumprimento de alguma missão.

Em sua ordem de prisão, Sérgio Moro ressaltava que concede a Luís Inácio condições diferenciadas de detenção, em respeito ao cargo que ocupou, o de presidente da República.

Atualmente as visitas ao ex-presidente estão restritas a uma dupla de assessores a que tem direito por ter sido presidente da República, autorizados pela juíza Carolina Lebbos, ainda assim por duas horas. Uma pela manhã e outra à tarde. Nem mesmo Fernando Haddad, nome importante na hierarquia do PT e que tinha acesso a Lula, pode mais visitá-lo na Federal de Curitiba.

O helicóptero que levou Lula para tomar o avião para prisão em Curitiba chegava a Congonhas. Reprodução da TV Globo

Líderes do Partido dos Trabalhadores admitem que os recursos para custear a defesa do ex-presidente estão escassas. Nessa semana, aliás, realizou-se em São Paulo um leilão de fotografias assinadas por Lula que gerou arrecadaçäo de 624 mil reais, que irão reforçar o caixa. O próprio Lula é favorável à ideia de que o PT traga de volta as caravanas de viagens aos estados, lideradas por Haddad.

Em 8 de novembro de 2019, portanto depois de 580 dias, o ex-presidente deixava a prisão de Curitiba. E nesse ano, a 8 de março, o Supremo anulava sua condenção do processo do triplex, no Guaraujá.

Lula na volta ao sindicato dos metalúrgicos em 10 de março desse ano- Foto Ricardo Sturckert
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