Não há sinais de que, a curto prazo, o ministro Teori Zavascki tomará alguma decisão ou levará ao plenário os pedidos de prisão de Renan Calheiros, Romero Jucá, José Sarney e Eduardo Cunha feitos pelo PGR Rodrigo Janot. As apostas de interlocutores de ministros do STF, porém, são de que, se alguém tiver que ser preso logo, será Eduardo Cunha.
Esses interlocutores esclarecem que, por terem sido noticiados juntos, os pedidos de prisão para os caciques do PMDB do Senado e para o presidente afastado da Câmara foram indevidamente misturados. Mas são ações completamente diferentes, e a de Cunha deve ter tratamento mais urgente.
As recentes manobras do presidente afastado da Câmara para substituir integrantes do Conselho de Ética e da CCJ de partidos do Centrão, como o PR e o PP, mostram claramente que ele continua tentando interferir no processo e, portanto, obstruir a Justiça – principal razão alegada pelo Supremo para afastá-lo da presidência da Câmara.
É bom lembrar que, na ocasião, alguns ministros, como Edson Facchin, admitiram a possibilidade de decretar a prisão de Cunha. Dependendo dos novos elementos que se apresentarem sobre suas atitudes, isso poderia acontecer num curto prazo.
Um desses elementos poderia ser depoimento de integrantes do Conselho de Ética que teriam sido pressionados por Cunha nos últimos dias. Segundo interlocutores que estão acompanhando o assunto de perto, pelo menos um deputado está disposto a fazer isso. A ele podem se juntar outros insatisfeitos que foram substituídos por seus partidos nas comissões nos últimos dias porque se recusaram a ajudar Cunha.
Para bons entendedores, há razões para Teori decretar a prisão de Cunha nos próximos dias.